quarta-feira, agosto 27, 2008

Odeio-me

Acordei no momento em que Sol se preparava para atingir o ponto mais alto da sua rota. Pisei o chão frio do quarto como fizera tantas outras vezes. Um pé após o outro, é este o meu primeiro contacto matutino com o mundo, repetido quotidianamente ao longo de quase 18 anos. No entanto, hoje foi diferente. Os pés eram diferentes, a pele era diferente, eu era diferente. Não! Talvez eu fosse a mesma e apenas tivesse mudado a concepção que tinha de mim própria.Durante todo o meu processo de socialização, à medida que abandonava a infância e tentava seguir os meus próprios ideais, esforcei-me por afastar do meu caminho todos os seres que sobrevalorizavam conceitos fúteis e esquadrinhadores. Odiei-os, contrariei-os e lutei por fazer ouvir a minha crença. Ontem, porém, deparei-me da forma mais crúa com a terrivél realidade: sou mais um desses seres! Os ideais e valores morais que sempre defendi não se acham verdadeiramente enraizados no meu âmago.Seria mais fácil se tivesse igualmente virado as costas à coerência e nem a lógica filosófica me impedisse de incorrer numa qualquer falácia cujas premissas me conduzissem a uma outra conclusão que não um cruel "odeio-me". Odeio-me por ser como outros contra quem tanto lutei. Odeio-me por me ter perdido de mim própria. Pior, talvez me odeie por nunca me ter sabido encontrar...

4 comentários:

Anónimo disse...

Este texto não pode ser sobre ti..odeias-te? Aserio?

**Sim o pijama é muito fixe e confortável!** Beijinhos

Vanessa Oliveira disse...

eu tenho que conseguir...a serio! eu TENHO QUE IR aquela malditta festa! nem k seja a ultima coisa k faxa!

Anónimo disse...

Mas porquê? tu és linda, talentosa, escreves como ninguém..

Anónimo disse...

Não devias ligar ao que os outros dizem, deitam-me a baixo todos os dias, tenho muitas pessoas contra mim, mas sabes que mais?
IGNORO-AS