domingo, junho 14, 2009

Junho

Junho. Tanto me faz lembrar o mês de Junho. O fim das aulas, a azáfama de estudo, o nervosismo dos exames, a ansiedade pelo dia em que procuramos pelo nosso nome numa pauta, afixada numa qualquer parede pela qual tantas vezes passámos sem dar importância mas que naquele dia ditará o nosso destino. E ela. Sempre ela, a menina do olhar doce e sorriso tímido.A que se distingue de entre as demais. A que está sempre lá para me enxugar as lágrimas ou elogiar o sorriso. A que toma por suas as minhas dores, como se não fosse mais que o prolongamento da minha alma residindo noutro corpo.
Em Junho houve sempre a preocupação de a surpreender, de lhe abrir a alma e o coração e confessar o quão dependente sou da sua existência. Sim, eu. A que das duas sempre foi a mais inconsciente e extravagante.
Mas ano após ano, tudo é mais do mesmo. Palavras escritas, aprisionadas nas malhas de um papel, ou de uma tela, ou de qualquer outra coisa. Mas são sempre letras...nada mais que letras mortas.
O porquê nem ela o saberá. Tal como nunca saberá das lágrimas de orgulho que inundaram os meus olhos quando a vi de capa preta. E também nunca saberá das saudades que me assolam ao anoitecer por ter passado mais um dia sem ver o seu sorriso.
Não! Não saberá porque teimo em ter vergonha de me deixar tomar pelo sentimentalismo mesmo que por breves segundos. Porque teimo em responder abre só quando for embora
quando pergunta se pode ler mais uma das cartas rabiscadas que escrevo sempre que o coração se afoga no mar dos sentimentos. Porque nunca me ouviu dizer adoro-te depois de um grito histérico de Parabéns numa qualquer tarde de Junho.

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