quinta-feira, julho 30, 2009

"I know not what tomorrow will bring"

Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as coisas humanas postas desta maneira,
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as coisas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!

Alberto Caeiro

Diz o mestre e eu acato!
O cansaço impediu-me de sair de casa esta noite. Em vez disso dediquei-me a ler Pessoa e derivados (leia-se heterónimos), algo que adoro mas que, por falta de tempo ou tranquilidade, não fazia há muito.
A verdade é que, por mais que leia os mesmos poemas dezenas de vezes, tenho ainda a capacidade de me maravilhar com tamanha genialidade. Digam o que disserem, Pessoa era de uma grandiosidade tal que quase parece não poder coexistir com a condição humana. Era sem dúvida um iluminado, cujo o legado me apazigua o âmago e alimenta a alma de uma forma que já havia esquecido.

1 comentário:

the_skullaxo disse...

Essa frase é polêmica, porque a concordancia dela está errada, seria I don' t know what tomorrow will bring. Mas e ai, como é que faz? Qual a certa?